Vivemos em um mundo onde somos constantemente bombardeados pela ideia de resultado, de sucesso, metas e objetivos. O tempo todo engolimos goela abaixo discursos motivacionais para atingirmos um determinado resultado, seja na sua carreira, nos seus relacionamentos amorosos, na sua forma física. São criados manuais, passos a passos, receitas para que você possa ser cada vez “melhor”. Organizamos a nossa vida em torno de cumprir metas, dar ok nos compromissos, estar sempre em busca de algo que nos foi vendido como promessa de uma vida harmoniosa e equilibrada. Estamos o tempo todo querendo possuir algo, de objetos a pessoas.

O problema não é querer essas coisas, o problema é quando possuir algo, consumir, é o que organiza o nosso desejo. Quando o que nos guia é um objetivo final. “Vou ser feliz quando conseguir aquele cargo, quando me casar, quando tiver um carro, quando for famoso, quando tiver mais de 50 mil seguidores, quando tiver determinada aparência estética…” Porém o que geralmente acontece é um amontoado de decepções, frustrações, culpa e um grande sentimento de insuficiência.

Um bom exemplo é a brincadeira na infância, mesmo que elas tivessem um objetivo final – ganhar o jogo, achar os amigos escondidos, ganhar na corrida, o mais gostoso era o meio da brincadeira, era o processo de brincar, era terminar um jogo e começar outro. O real objetivo é compartilhar o prazer de brincar!

Quando o resultado final é meu único motor, eu abro mão do processo, eu abro mão da criatividade, da inventividade, da autenticidade e a vida começa a se esvaziar, perder o sentido. A gente perde o nosso traço autêntico. É preciso resgatar o processo, a brincadeira, o fazer algo que me alimenta, é preciso resgatar o gesto criativo!

O prazer também pode morar no processo. Criar e não apenas possuir. Não abra mão da sua maneira singular de criar – a vida!

Arte utilizada: Artista Mathiole.

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